quarta-feira, 18 de março de 2009

m&m....&m. :)

só às vezes, gosto de pensar que sou poeta.
em geral, acho um título até bastante pomposo, demasiado curto ou definitivo para algo tão abstracto.
hoje, como poeta que quero ser só por agora, tenho a capacidade de amar o papel.
amo o papel branco pela variedade de coisas bonitas que pode suportar, porque é o eventual veículo da maior obra prima da literatura de sempre, ou de uma simples carta, corriqueira para quem a lê por fora, e tão apaixonante para lhe conhece o cerne.

amo o papel de forma diferente da que amo as palavras faladas, porque o papel não gagueja, o papel tem tempo indefinido para pensar o que dirá durante instantes, porque permanece e é complexo.

amo o papel, sabias?
lá se vivem as maiores histórias de amor, histórias verdadeiramente eternas, eternamente enternecentes. Não há lugar mais romântico que o papel branco, porque o branco tem todas as cores, todas as formas dentro de si. Enquanto leio, as palavras escritas deixam ver, quais didascálias, como se formam imagens e novos universos e sentimentos e sons no seu verso, no lugar das palavras não escritas.

amo o papel. amo-te. amei todas as palavras, escritas e não escritas. Amei todas as imagens, cheiros e sons, todos.

amo-te. mas o amor é uma coisinha brincalhona, traiçoeira, até. o que é preciso é que eu tenha a certeza de que te amo sempre como agora. e agora, agora amo-te como sempre te amei, desde que te amo (uai).

há coisas que só devem ser ditas quando não esperamos dizê-las. numa noite inapropriada, imprevisivelmente, fruto de um arrepio na espinha :)

dás-me tanto mais em meio olhar que tanta gente de quem gosto tanto num inteiro... :D faz sentido?

*

Até logo

segunda-feira, 16 de março de 2009

um poema de amor :)

Uma alma, indivisível, em dois corpos,
Dois amantes adornam a noite nua,
Enfeitiçam, com o olhar, o próprio verso
Declamado por um beijo, à luz da lua.

Adormece, esquecida, a saudade,
Na calçada, percutem os pés suave melodia
Ao som de uma dança, que conduz o momento.
A cada passo, desenha-se, nas estrelas, um pretérito
A cada nota, uma vida, um para sempre.

E a cada beijo, uma nova verdade,
Tal como à noite se adivinha outro dia,
A cada fôlego, maior o firmamento.

No calor dos dois corpos, congela-se o tempo,
Existe apenas o lugar, o beijo, a alma, a dança,
Nada mais que o abstracto, tudo o resto se abstrai...

Silêncio. Falha o piano.

Cada sentido, cada verbo concentrado.
Encontram-se os dois olhares, e sabem que não
Nunca deixará escapar a memória, neste mundo,
Nunca me perdoará a saudade, o desejo,
Nunca, em mil vidas dos Homens,
A noite eterna que, uma vez, passei contigo.

terça-feira, 10 de março de 2009

Tarda mas não falha x)



Ora bem, cá estou eu de novo, após uma prolongada ausência. Eu sei, peço desculpa x)

Hoje não tenho grande margem de tempo para escrever mas não podia deixar passar mais, pelo que vou só estampar aqui um poemazito antigo meio à toa. Prometo que da próxima vou ter juízo e fazer uma coisa decente e vou mudar o aspecto deste blog. Aceito sugestões :D


Porque o nosso país tem Valor, porque isso depende de nós. Porque a memória futura de Portugal depende de nós agora, mais que nunca! E somos capazes, descendemos dos mesmos que desbravaram o mundo e fizeram d nosso país o império que já foi.

É a hora!


Propósito de todo um universo,
Efeito de um destino intrincado,
Possivelmente mesmo imerso
Num vago acaso despropositado.
Nasces tu, senhor que o mar invades,
Das sementes mais perfeitas te ergueste.
Tão cruel foi quem que te condenou,
Depois de venceres tantas verdades...
Por ti tanto homem morreu,
Tanta mulher chorou.
Ó Portugal, porque te perdeste?

Pesado o vento, carregando os teus triunfos
E o mar, às suas costas, teus valentes
E tu, cego de troféus, riqueza e glória,
Esqueceste a vida dos teus defuntos,
Largaste a âncora, afundaste a memória,
E seguiste por caminhos diferentes.

Por amor a uma pátria que era sua
Passaram frio, horrores sem cara ou nome
E a pele lhes queimou sol estrangeiro,
De saudade às costas, saíram à rua
Na boca, o escorbuto rói a fome
Vivendo da coragem que assomava
Ao seu bravo espírito pioneiro.

Foram credores do teu orgulho, e onde está?
Onde agora a honra das tuas armas?
E as terras que eles conquistaram lá?
Onde pára a coragem das tuas garras?

Sabes o nome dos ilustres, e assim deves
E os seus feitos que nunca se esquecem
Mas e os outros?
Os outros não merecem?
A eles apenas a crise medonha.
E do mar são suas lágrimas de sal.
Por fazeres do seu esforço a vergonha
Por manchares de hipocrisia a sua memória
Ó minha Lusitânia perdida, Portugal!


Até logo

domingo, 1 de março de 2009

Maktub


Não acredito na sorte, não racionalmente. Nem nos acasos, nem nas coincidências, como convencionalmente pensamos nelas.
Confesso que não dou sequer valor àqueles cuja vida se rege de sorte, em vez de esforço e coragem, persistência, sacrifício.

Ainda assim, quantas vezes na vida penso no quanto gostaria de ser bafejado por este obscuro fenómeno, não como um todo, mas em situações pontuais. Naquelas situações onde gostaria de não ter que escolher, naquelas onde não há uma escolha que possa fazer desprendidamente e em que, ainda que sem arrependimento (nunca.), acabarei por perguntar "e se?..."

it's harder that a man could ever be
to ever let him choose, either the stars or the sea.

Vai correr tudo bem. Maktub :)

Até logo