Vou experimentar uma coisa que é para conhecerem um bocadinho mais de mim.
A partir de hoje, no meu blog, vai haver sempre uma música cantada por mim (peço desculpa, prometo que não ponho, auto-play LOL).
Depois, se não gostarem da ideia, digam que eu tiro.
Até logo.
P.S. o volume tem que ser bem alto para se ouvir, sim?
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Há um anito...
Um texto de uma amiga (sim, claro) minha fez-me lembrar de uma coisa que escrevi faz já algum tempo. I still believe :)
Como é possível que não haja corda tão grande como a que nos separa e, ainda assim, eu esteja tão preso?
Porque é que o mundo não violou a lei das probabilidades (puquê?), só desta vez, para estares assim pertinho de mim? Tão pertinho que não tenho que te imaginar, só ver-te. Eu quero ver-te tão, tão profundamente que não deixes espaço para mais nada, e eu serei feliz assim.
Quero que apareças, quero encontrar-te no sítio mais inesperado, desejar-te até não conseguir mais. Depois chorar por ti até desidratar, olhar para ti até gastar a cor dos olhos. Depois, só depois, falar contigo, só depois o teu cheiro, só depois, talvez, tocar-te, talvez beijar-te.
Mesmo que depois me tirem os olhos, ainda hei-de ver-te, não imaginar, saber-te na minha mente; sentir-te no meu coração.
Eu sei que és mentira, sei que me gozas, no abrigo da tua inexistência temporária, mas quero-te. E vou querer-te muito mais, quando deixares de inexistir. Mas não existas, não saias desse limbo, não agora. A razão não me deixa amar o que não conheço. Mas amo.
Então, espera. sei que também estás, talvez noutra dimensão, por agora, à minha espera. Mas tem paciência. Ensinaram-me, um dia, que a paciência é uma das mais difíceis virtudes, mas também das mais compensadoras.
Por isso, espera um pouco, ou espera muito tempo. Mas deixa-me crescer, deixa-me estar preparado para ti. Prepara-te para mim. Vive tudo o que quiseres, melhor, vive quase tudo o que quiseres e um pouco do que não queres, está bem, princesa?
E, entretanto, nunca te esqueças que te amo, mesmo que o ignores; nunca te esqueças que me amas, mesmo que o escondas. Porque, um dia, vamos estar juntos.
E, ainda assim, porque escrever é deixar marcado para a existência, escrevo. Escrevo porque já te amo.
Como é possível que não haja corda tão grande como a que nos separa e, ainda assim, eu esteja tão preso?
Porque é que o mundo não violou a lei das probabilidades (puquê?), só desta vez, para estares assim pertinho de mim? Tão pertinho que não tenho que te imaginar, só ver-te. Eu quero ver-te tão, tão profundamente que não deixes espaço para mais nada, e eu serei feliz assim.
Quero que apareças, quero encontrar-te no sítio mais inesperado, desejar-te até não conseguir mais. Depois chorar por ti até desidratar, olhar para ti até gastar a cor dos olhos. Depois, só depois, falar contigo, só depois o teu cheiro, só depois, talvez, tocar-te, talvez beijar-te.
Mesmo que depois me tirem os olhos, ainda hei-de ver-te, não imaginar, saber-te na minha mente; sentir-te no meu coração.
Eu sei que és mentira, sei que me gozas, no abrigo da tua inexistência temporária, mas quero-te. E vou querer-te muito mais, quando deixares de inexistir. Mas não existas, não saias desse limbo, não agora. A razão não me deixa amar o que não conheço. Mas amo.
Então, espera. sei que também estás, talvez noutra dimensão, por agora, à minha espera. Mas tem paciência. Ensinaram-me, um dia, que a paciência é uma das mais difíceis virtudes, mas também das mais compensadoras.
Por isso, espera um pouco, ou espera muito tempo. Mas deixa-me crescer, deixa-me estar preparado para ti. Prepara-te para mim. Vive tudo o que quiseres, melhor, vive quase tudo o que quiseres e um pouco do que não queres, está bem, princesa?
E, entretanto, nunca te esqueças que te amo, mesmo que o ignores; nunca te esqueças que me amas, mesmo que o escondas. Porque, um dia, vamos estar juntos.
E, ainda assim, porque escrever é deixar marcado para a existência, escrevo. Escrevo porque já te amo.
Miguel de Miguel
bonitos tempos.
Até logo :)
Até logo :)
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Correndo o risco de ser excomungado...
Cá vai mais um poema herético, em honra do Senhor que foi Manuel Maria Barbosa du Bocage
para que nunca nos tornemos demasiado líricos.
A JÓIA DO SENHOR ABADE
Miguel de Miguel
para que nunca nos tornemos demasiado líricos.
A JÓIA DO SENHOR ABADE
“Perdoe-me, senhor abade, que pequei.
Fui com ele atrás do monte, onde a minha mana vai,
E, imagine, ao sentar-me, encostei
O tornozelo ao menino de seu pai.”
“Ó menina de tua mãe, meu incólume tesouro.
Estou certo que da tua candura feliz
Nunca há-de ter brotado senão o mais puro decoro.
Mas que mais? Conta sem demora, diz…”
“Depois, eu tinha um bicho no pescoço
(pelo menos, foi isto que ele me disse).
Senti então o toque leve do moço…”
“Cabrão do puto, já cheio de manhosice!…”
“Como disse, senhor abade?”
“Nada, filha, continua.”
“E o bicho andou do pescoço para a bochecha,
E para o ombro, para a frente e para trás…”
“E então?!”
“Vai daí que julgo que foi esta a deixa
Para o… menino de seu pai se tornar num robusto rapaz…”
“Cruzes credo, abrenuncia, olhos meus!
Filha, espera, senta-te no meu regaço.
É que, se tanto mais perto estás de Deus,
Tanto mais sentes crescer o meu… embaraço.”
“E, a seguir, deu-me um beijo na orelha
Como quem colava um selo, com profundeza.
E disse-me que se, eu gostava dos meus brincos,
Era por não lhe conhecer a pendureza.
Ora, senhor padre, quero que entenda
Que com os brincos de minha avó ninguém se mete.
Pedi-lhe que então que resolvesse a contenda,
Quis estudar essa tal peça tão coquete.”
“Ai menina dos meus olhos, inocência,
Que a cada folgo me deixas mais indignado.
Tu respondes com toda a benevolência
E ele mostrou-ta, esse desavergonhado?”
“Sim, e aí disse eu num tom enojadiço:
- Essa a jóia não é nenhuma raridade.
O primo Manel tem uma, o dobro disso,
E tem uma em miniatura, o senhor abade!”
Fui com ele atrás do monte, onde a minha mana vai,
E, imagine, ao sentar-me, encostei
O tornozelo ao menino de seu pai.”
“Ó menina de tua mãe, meu incólume tesouro.
Estou certo que da tua candura feliz
Nunca há-de ter brotado senão o mais puro decoro.
Mas que mais? Conta sem demora, diz…”
“Depois, eu tinha um bicho no pescoço
(pelo menos, foi isto que ele me disse).
Senti então o toque leve do moço…”
“Cabrão do puto, já cheio de manhosice!…”
“Como disse, senhor abade?”
“Nada, filha, continua.”
“E o bicho andou do pescoço para a bochecha,
E para o ombro, para a frente e para trás…”
“E então?!”
“Vai daí que julgo que foi esta a deixa
Para o… menino de seu pai se tornar num robusto rapaz…”
“Cruzes credo, abrenuncia, olhos meus!
Filha, espera, senta-te no meu regaço.
É que, se tanto mais perto estás de Deus,
Tanto mais sentes crescer o meu… embaraço.”
“E, a seguir, deu-me um beijo na orelha
Como quem colava um selo, com profundeza.
E disse-me que se, eu gostava dos meus brincos,
Era por não lhe conhecer a pendureza.
Ora, senhor padre, quero que entenda
Que com os brincos de minha avó ninguém se mete.
Pedi-lhe que então que resolvesse a contenda,
Quis estudar essa tal peça tão coquete.”
“Ai menina dos meus olhos, inocência,
Que a cada folgo me deixas mais indignado.
Tu respondes com toda a benevolência
E ele mostrou-ta, esse desavergonhado?”
“Sim, e aí disse eu num tom enojadiço:
- Essa a jóia não é nenhuma raridade.
O primo Manel tem uma, o dobro disso,
E tem uma em miniatura, o senhor abade!”
Miguel de Miguel
Até logo :)
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Mestre menino
poema com que perdi (-.-) o concurso do site Poesia em Rede. não gostei de ter perdido, mas deixo a qualidade ao vosso critério :)
Mestre Menino
Da saudade de intrínseco ser, de algo,
Da sede do provérbio de não ter nascido, ainda.
Da vida que, por já ser, é certo que quase finda,
Salva-me, salva-me, mestre.
Tu, meu senhor menino, que, com vontade, te salgo
O pé descalço, o riso, a frescura campestre.
Sabes tanto mais que eu, por saber eu tão demais.
Sabes ao sabor do mundo, queres o céu até cima,
Enfastias do infinito no instante de uma rima.
E eu exaspero e acuso, cá em baixo no sopé,
Ansiando pelas forças ancestrais,
Pela universal verdade do “Quem diz é quem é!”
Já vi bem mais com os diamantes dos teus olhos,
Já ensinei a muitos outros essas asas de papel.
Não sei como, foi sem querer, mas não lhes fui muito fiel,
Cresci. Chega agora de crescer, de só sonhar as coisas belas.
É a hora de ser livre, é o tempo dos desfolhos.
É a hora, mestre menino, de voltarmos a dançar com as estrelas.
Miguel de Miguel
Mestre Menino
Da saudade de intrínseco ser, de algo,
Da sede do provérbio de não ter nascido, ainda.
Da vida que, por já ser, é certo que quase finda,
Salva-me, salva-me, mestre.
Tu, meu senhor menino, que, com vontade, te salgo
O pé descalço, o riso, a frescura campestre.
Sabes tanto mais que eu, por saber eu tão demais.
Sabes ao sabor do mundo, queres o céu até cima,
Enfastias do infinito no instante de uma rima.
E eu exaspero e acuso, cá em baixo no sopé,
Ansiando pelas forças ancestrais,
Pela universal verdade do “Quem diz é quem é!”
Já vi bem mais com os diamantes dos teus olhos,
Já ensinei a muitos outros essas asas de papel.
Não sei como, foi sem querer, mas não lhes fui muito fiel,
Cresci. Chega agora de crescer, de só sonhar as coisas belas.
É a hora de ser livre, é o tempo dos desfolhos.
É a hora, mestre menino, de voltarmos a dançar com as estrelas.
Miguel de Miguel
Até logo
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