terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Doubt

Imaginei que fosse um grande, grande filme. Imaginei que fosse uma representação grandiosa daquela senhora que é a grande Meryl Streep. Estava redondamente enganado.

O melhor filme (a par do Benjamin Button, por não haver termo de comparação). Uma interpretação perfeita da protagonista.

Desde as pequenas hesitações no discurso, as pequenas gaffes para dar um ar muito mais realista à personagem, pormenores a que já nos habituou, noutros filmes, esta actriz verdadeiramente excepcional (sem dúvida uma das melhores de todos os tempos), à expressividade irrepreensível e, não raras vezes, surpreendente de uma maneira fresca e que nos deixa de olhos colados no ecrã. Pormenores, sim, mas são os pormenores que, para quem os distingue, sublimam o que para outros são meras repetições.

Quanto ao filme no geral, é de uma originalidade tremenda. A maneira como verga as leis morais, como nos faz olhar por outro prisma situações que, à partida, seriam intoleráveis, faz deste (atrevo-me) futuro Clássico do cinema um dos filmes com uma crítica social e componente psicológica mais apurada que já vi.

Disto isto, gostava de saber a vossa opinião sobre uma coisa. Tendo sido os Óscares, em geral, bem atribuídos, como é que este filme não ganhou nenhum? Talvez o de Melhor Actriz? (não tendo visto o Changeling e sem duvidar do valor da Angelina Jolie, mas não estou a vê-la superar este papel)

É estranho que um filme deste calibre não ganhe nada, até algo injusto. Teriam que ser inventadas novas categorias?

Até logo

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

fa-ladrando de amamentação

hoje, numa aula, foi-me dado a preencher um inquérito sobre a amamentação. Basicamente, consistia numa série de cerca de 40 perguntas acerca da opinião dos jovens sobre a amamentação.
resistindo, por respeito às estudantes de enfermagem que o fizeram, ao impulso de escrever simplesmente "Eu gosto de maminhas!" na frente do questionário, respondi a todas as perguntas "com seriedade e honestamente", como pedido.

ora, enquanto fazia isto, embarquei numa looonga viagem na maionese acerca das mamas e mamões desta nação.
Mamão é papaia (lá perto...) e a papaia dá-me vómitos. Dá-me vómitos ver o Cristiano Ronaldo a mamar a nossa atenção, o nosso tempo, o espaço dos nossos jornais, as nossas assinaturas para abaixo assinados, até o tempo de antena de algumas rádios porque Ai do nosso pobre país se ele não mamar o prémio (completamente imerecido) de melhor jogador do mundo!

Dá-me vómitos ver dzrt's, 4 tastes, just girls(ses), floribelas e tantos outros a mamar o dinheiro de quem é suficientemente ingénuo para comprar os cd's aos filhos porque, DEUS NOS VALHA, coitadinho do puto que tenha que crescer sem ouvir música de tão alta qualidade!
Dá-me vómitos ver júlias pinheiros, gouchas e outros que tais a mamarem no cérebro de tanta gente, a atrofiarem o sentido crítico das pessoas!

Mas, sobretudo, dá-me vómitos o mamão do primeiro ministro, o mamão do presidente da república enfim, toda essa gigantesca papaieira que é a política no nosso país.
Mamam o nosso tempo, o nosso dinheiro, mamam-nos os votos com mentiras, mamam-nos o juízo, mamam-nos a paciência...

Irritam-me todos esses mamões maduros pendurados pela boca na gorda teta do Estado português, mamando constantemente tudo o que podem, num incansável e nojento movimento de sucção!

Moral da história: "Cada um que mame tudo aquilo que puder, mas com a certeza de que, quando a mama secar, vão andar os macacos todos à espera para comer os mamões que caírem" (what?) x)

Até logo

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Fui Desafiado x)

Ora bem, a Maria (ainda não tive a oportunidade de a conhecer mas parece-me boa rapariga e incrivelmente dotada a nível da escrita) desafiou-me com esta Coisa, por acaso acho uma ideia até bastante engraçada e por isso aceitei o desafio:

O Desafio tem as seguintes regras:
1. Pegar no livro mais próximo
2. Abri-lo na página 161
3. Procurar a 5ª frase completa
4. Copiar a frase
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar o mais próximo)
6. Passar o desafio a cinco pessoas

Vamos lá a ver... Tive duas grandes dificuldades:

- Foi um desafio encontrar O livro mais próximo, visto que tenho 37 aqui mesmo ao lado (sim, porque eu tenho um 'top' de livros de cabeceira que leio regularmente), mas pronto, lá peguei num ao acaso, se é que isso é possível.

- Acho que ainda não conheço 5 pessoas na blogosfera, por isso passar o desafio vai ser um parto difícil x)

mas vamos... O livro "sorteado" foi o terceiro volume de "As Mil e uma Noites" (noite 710 à 1001), autoria do povo árabe. Fui à página 161, cuja 5ª frase completa é

"E as cruéis bicadas prolongaram-se durante algum tempo e foram depois substituídas por uns movimentos tais que só Alá poderia saber o que havia por detrás daquela agitação da galinha a cavalo no galo adormecido."

Uma frase algo sinistra, no mínimo... Como toda a obra, aliás, apesar de fascinante.

Quanto a passar o desafio, como não conheço basicamente ninguém que o já não tenha recebido (-.-), vou só pegar em blogs de que gostei especialmente, ao acaso, e pronto:

- http://dancasnotelhado.blogspot.com/

- http://opoetaeumfingidor.blogspot.com/

- http://bloguedenotas.blogspot.com/

-http://fideiasfixas.blogspot.com/

- http://pontodeparagem.blogspot.com/

(a muito custo, Porra!)

Até logo

P.S. peço desculpa, fica feio ter assim os links mas não sei pôr de outra maneira e não posso falar com a Marta para me explicar, de modo que fica assim mesmo lol

domingo, 15 de fevereiro de 2009

sobre: "sei lá..."

A noite.

Temê-mo-la, em crianças, as sombras agitando-se, escondendo-se. Tememos o imaginário mais que o concreto, mais a ideia do medo que o próprio medo.

Hoje, fascina-me mais que tudo. Não sei porquê, não sei se o desafio da forma incompleta, oculta das coisas, se a suavidade das cores, própria da consistência dos sonhos. Não sei se a música implícita nas nuances do seu silêncio, se "Aquela embriaguez própria de algumas noites", que nos faz sentir seguros, parte delas.

Fascina-me a noite na praia, os pés na areia fria, noite quente, e as palavras que nos fogem e se entrelaçam no ar cansado do dia, ganhando novos sentidos, novos sabores... A Lua, a espreitar os mortais, o champanhe a fazer fogo de vista, "os copos de base enterrada na areia, ligeiramente inclinados, virados como que a beber todos os raios de luar".

Fascina-me o medo, transformado em desafio, em adrenalina, em embriaguez... Em liberdade suficiente para beijar com os olhares, para ver no reflexo das ondas chispas de sonhos :)

Até logo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Uma carta de Quase São Valentim

Nunca gostei do "dia dos Namorados". Sempre o passei sozinho, no sentido conotativo da palavra, e toda a gente sabe que assistir ao cenário do dia dos namorados sozinho é pior que "As 20.000 Léguas Submarinas", de Júlio Verne, tal a parecença dos casais com as lulas gigantes a nível de sucção e enrolamento. É com este espírito que planeio enfrentá-lo, propositadamente do contra (!), mesmo contra uma tradição que, no seu âmago, é até bem bonita. Contudo hoje (?) surgiu-se-me algo. Não sei, simplesmente algo...



Princesa,

Hoje acordei em paz. Tem sido raro, nos últimos dias e, dado o estado de nervos em que me deitei, não seria de esperar. Depois do início sonolento da mesma rotina de sempre, pego no telemóvel, instintivamente. Acabo de ver que não tenho mensagens e de pousá-lo quando ouço uma vibração em cima da mesa. A sorrir interiormente por força da coincidência, leio a tua. Não me lembro o que dizia, provavelmente nada de insólito, mas ouve qualquer coisa que inchou dentro do meu peito, porque foste tu.

Saio sem pressas de casa, contudo cedo, como se ainda tivesse tempo de te ver a virar a curva, mas que não soubesses. Não quero música hoje, e só aí me dou de conta do meu verdadeiro estado de espírito. Estou feliz como há meses não me sentia, porém não demasiado feliz, alegre. O céu está de ferrolho fechado, tenho sono e frio e, ainda assim, eu hoje não condigo comigo próprio. Hoje, só combino contigo.

Na viagem, sem me aperceber, dou por mim a ouvir música, toda linda, toda alegre. Todas as letras se entranham em mim quais àgua morna numa esponja. Saio do autocarro uma paragem antes, quero levitar um pouco por aquela rua. Para mim, é esta a tua rua, e por isso estás cá dentro e lá fora, e sobes até ao céu, onde juro que se abre uma clareira exactamente por cima de mim e que se move comigo, um balão preso por nada ao pulso de uma criança. Sorrio porque mais ninguém vê o que vejo.

Ninguém, senão tu. Não me conheces, mas sabes-me e revelas-me, quase tão aos poucos que eu quase não reparo. Dou-me de conta de que te amo... não um amor explosivo, não uma paixão intensa de escarlate, mas antes um certo começo, um subtil "Era uma vez..." que não se lembra sequer do "...felizes para sempre". É amar um sonho que começa no real. Um sonho feliz, como não há meses.
Um apertozinho no estômago como já não me dispunha a acreditar, uma pressa incrível de te ver, mas não de te dizer. Pressa de que saibas, ou melhor, de que desconfies. A saudade por nunca ter sentido o teu abraço, certamente hesitante, para já, de nunca ter beijado os lábios que tremem, dormentes como se beijassem em separado e uníssono corpo e alma. A saudade necessária, e mais nenhuma.

E deixo germinar, deixo crescer. Plantaste-te no meu coração, mas não tenho a certeza de como serás, quando germinares. Sei o que espero, mas quero ter a surpresa de admitir que te amo quando te souber; não que o não saibas já, sem o saber, talvez.

A mesma dúvida que tens, também a tenho eu. E aquilo em que acreditas, aquilo que pressentes, também eu o pressinto. Sejas quem fores ou outra pessoa, agora és quem és para mim, e para mim és o potencial amor da minha vida. E mais? Não vais passar outro dia de São Valentim sozinha, nem vou eu.


Até logo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

CAB!

É impossível não se gostar de um jogo de basquete :D

CAB - Porto, um grande jogo de basquetebol, disputado até ao último segundo, e claro, ganho por 98 - 94 pelo CAB Madeira!

Com excelentes jogadores, uma dúzia de dunks de parte a parte, triplos espectaculares por parte dos vermelhinhos e , como não podia faltar, uma claque de renome, internacionalmente conhecida (e temida!), a Raça Vermelha, a equipa deu-nos a alegria de uma vitória suada mas grandiosa, com a alma do nosso Pedro Freitas sempre presente, a abafar um gajo com 40cm a mais!

Em suma, resumindo e concluindo, para arrematar, estou rouco. xD

I LOVE THIS GAME!

Até logo

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

abdica e serás rei de ti próprio

ricardo reis.

















contudo, eu dou a esta frase um sentido totalmente diferente. é abrir mão das coisas. é preciso deixar de sufocar. se tivermos um punhado de areia na mão e a fecharmos, essa areia cai, perde-se. se abrirmos a mão, ela permanece.


é preciso abrir mão da vida, a vida não é um bibelô que se coloca numa prateleira, protegida por uma redoma de vidro para se olhar para ela, à espera que ela caia ao chão e acabe.


é preciso experimentar a vida sem medo de a (ar)riscar! quando acabarmos, cada risco será uma história, e poderemos dizer que a nossa vida, apesar de gasta, tem mais do que aquilo com que começámos.


Até logo

P.S. percebam isto e vejam lá se agora entendem o poema de baixo LOL (alguém?)

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ininteligivelmente fa-ladrando

Poças Interiores

Cansei as palavras descalças
De lançar sentenças ao mundo.
Porquê tudo tão profundo?
Porquê, em desalmadas palavras falsas,
Tornar concreto o cerne, o pico,
A essência perfeita do néctar da alma, porquê?

Porque não o simples sentir, porque explico?
Não chega o amor, não vale, o beijo não me acalma
Ai, sempre o porquê, mais um...

Depois, outra vez, descanso e fico
Na doce nuvem, não interessa se existir
Mais um, menos um porquê, estão no seu direito.
Tão bom, quando estou bem porque imperfeito,
Errante, é sempre hora de parir, enfim, ignorante.

Já vês que, se falo a verdade, não me entendem?
E se não sabem, minto, é justo.
Chego a duvidar, coração, quase te prendem.
Ai, coitados, sabem lá...
Não, a sério, não te cales; se é a custo,
Mais cá, mais lá, nunca vão conhecer o nosso segredo,
Não é? Sim, por agora, vai valendo.

Já vês? Falamos a verdade, e os mentirosos não nos entendem...


Até logo

sábado, 7 de fevereiro de 2009

fa-ladrando da existência...



miguel miguel... diz:
tu podias morrer agora
agora!



m diz:
credo
porque?


miguel miguel... diz:
podias
o mundo parava?


m diz:
nao claro que nao

miguel miguel... diz:
em todos os milhões de anos
biliões
o universo existe há biliões de anos.
a partir de um qualquer acontecimento
algo surgiu do nada
contrariou todas as nossas leis
a lógica, as leis da física
a nossa razão está errada
a maneira como pensamos
tudo o que nós sabemos é duvidoso
consegues imaginar isso?
estamos a viver segundo regras erradas
pelo menos aquelas que conhecemos


m diz:
certo

miguel miguel... diz:
durante todo este tempo
surgiu tanta coisa
houve tanta mudança
achamos nós
durante milhões de anos, nasceu a vida, evoluiu
o homem podia desaparecer que não faria diferença
não possuímos o poder de extinguir a vida
achamos que sim, mas não conseguimos
e mesmo que conseguissemos
podíamos destruir a Terra
mas o universo permanecia practicamente inalterado
somos menos do que um arredondamento
se alguém arredondasse a nossa percentagem na massa do universo a 10 casas decimais
desaparecíamos
somos uma nulidade

m diz:
pois somos

miguel miguel... diz:
mas mesmo assim, temos os nossos deuses

m diz:
sei disso

miguel miguel... diz:
temos os ídolos
os heróis
pessoas que não conseguimos atingir
que nem compreendemos
se a melhor pessoa que já existiu é tão nula
o que somos tu e eu?
somos muito menos que nada
e nada ao menos é um conceito
nós somos o respingo invisível de um ponto final no meio da maior biblioteca do mundo

m diz:
beem essa saiu.te bem agora
LOL


miguel miguel... diz:
e não vai parar por aqui
houve muito mais que nós
e vão haver muitos mais que esses
nós somos átomos
somos um número extremamente de cargas positivas e negativas e neutras e interagirem entre si
segundo algum tipo de princípio que não conseguimos começar a compreender
se queres a minha opinião
o facto de sequer acharmos que pensamos
e de nos podermos dar ao luxo da ilusão de que temos tradições
e de que trabalhamos por um fim
de que respiramos e existimos por um fim
o facto de termos problemas
para im, isso é um milagre
e se eu me lembrasse disto sempre, morria
enlouquecia
seria diferente de um humano
por isso aproveita as tradições, m
são das coisas mais preciosas que nós temos
agradece por não te sentires um número extremamente grande de átomos que interagem entre si
sim?


SIM? :D


agradecimento à m, M de "Musa Inspiradora de Conversa Filosóficas" LOL




Até logo

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

este mundo está perdido... x)

sabem aquelas pessoas que vos adicionam no msn e que nunca chegam a falar convosco? Ou aquelas com quem falam uma ou duas vezes e depois esquecem?

Ora bem, há pouco veio uma miúdas dessas falar comigo. A conversa foi a seguinte:


#%LILIANNE%# diz:
liga ai a web


miguel miguel... you should let me love you diz:
:?

#%LILIANNE%# está a convidá-lo para começar a envio de imagens da câmara Web. Pretende Aceitar (Alt+X) ou Recusar (Alt+Y) o convite?

#%LILIANNE%# diz:
sim?

miguel miguel... you should let me love you diz:
por acaso agora estou em trajes menores, não convém
x)

#%LILIANNE%# diz:
nao faz mal

miguel miguel... you should let me love you diz:
pq?
olá, tipo não estou a ver quem és...
LOL

#%LILIANNE%# diz:
va liga la

miguel miguel... you should let me love you diz:
mas para quê?

#%LILIANNE%# diz:
va la

miguel miguel... you should let me love you diz:
??
agora não posso, mas daqi a pouco ligo se me disseres pq

#%LILIANNE%# diz:
PORQUE QUERO VER ESSE CRPO

miguel miguel... you should let me love you diz:
what the hell?

#%LILIANNE%# diz:
lool tou a gozar va liga lá
apetece.me

#%LILIANNE%# acaba de lhe enviar um toque.

miguel miguel... you should let me love you diz:
já disse q agora não dá
x)
mas o q foi isto, tipo, quem és tu?
x'D

#%LILIANNE%# diz:
sou uma fã

miguel miguel... you should let me love you diz:
quê?


#%LILIANNE%# diz:
ligas ou nao?

miguel miguel... you should let me love you diz:
agora não
depois
depois de me explicares quem és e quando eu puder

#%LILIANNE%# diz:
es de onde?
lol

miguel miguel... you should let me love you diz:
madeira, funchal
pq?

#%LILIANNE%# diz:
nada

miguel miguel... you should let me love you diz:
??

#%LILIANNE%# diz:
sou de évora

miguel miguel... you should let me love you diz:
sério?

#%LILIANNE%# diz:
e acho que te conheci no hi5

miguel miguel... you should let me love you diz:
por acaso não és amiga da cátia?

#%LILIANNE%# diz:
cátia?
cátia que?

miguel miguel... you should let me love you diz:
diniz

#%LILIANNE%# diz:
nao lol eu sou de lisboa tava a gozar


miguel miguel... you should let me love you diz:
-.-


Vocês acham isto normal? Vim a descobrir que esta miuda tem 18 anos, ISTO é normal?
Uma das oisas de que mais gosto é de conhecer pessoas novas, "estudá-las", compreendê-las e, mesmo que não seja como elas, aceitá-las de qualquer maneira. Mas "fosga-se", eu vejo disto e só consigo mesmo é dar razão à minha avó e dizer "ESTE MUNDO ESTÁ PERDIDO"

Até logo x)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Caçadores de Ogres


Há cerca de dois meses atrás, (re)comecei a ler este livro. Ofereceram-mo (já nem me lembro exactamente quem) há um ou dois anos. Como é evidente, o meu primeiro instinto foi devorá-lo sem dó nem piedade, portanto foi parar direitinho à berma da minha cama. Chegada a noite, abro o livro. Em primeiro lugar, reparo que é uma primeira edição (uau...), que foi escrito por um professor italiano de segundo ciclo, já versado em livros infantis. Sinceramente, não me inspira confiança. Começo a ler. A primeira frase introduz um texto que não aparenta qualquer sentido:


Link repete cem mil vezes a palavra "Conexão".
É um ser sofredor e incompleto e só quando tiver associado os mundos que imagina aos reais é que poderá assumir uma verdadeira identidade. (...)


Não copiei o texto na íntegra, mas posso assegurar que o resto não confere a mínima lógica ao transcrito. Após a leitura de mais algumas páginas (e continuando sem perceber patavina), desisto. O livro foi enfiado no armário, bem fundo no meio de outros 600 e tal livros, simplesmente por ser estúpido. E lá amadureceu, como um bom vinho, durante um ano ou dois.


No final do ano passado, sem outra coisa que ler, olho para o livro. "Vamos lá ver..."
Uma coisa é certa. Este não é um livro para crianças. No bom sentido (lol). Perturbador, mas genial!


Graças ao autor, um poema escrito com a "ressaca" do seu livro.


Caçador de Ogres

Tento agarrar-me às minhas mãos,
Desespero, e penso que caio noutro que não eu.
Agarro-o e escapo-me por entre os dedos e arranho-me
Sem nunca me conseguir salvar do pretenso espelho
Que, defronte, me apresenta outro que não eu.

Se sou uno, como posso esquecer-me?
Se olho por estes mesmos olhos,
Como pude alguma vez perder-me?
Falham-me os pés, e caio, e deixo-me para trás,
Mas como, se são meus?

Habituei-me a conhecer quem era
E foi esse o maior pecado.
Esperando o que havia de fazer, analisei-me,
Existi antes da licença de existir
E fui dois. Fui mais.
Assim, pelo menos, achei. Assim me perdi.

Cansado de todas as contas,
De todas as ocultas variáveis,
De tentar prever coisas que são indomáveis,
Estou Cansado de fazer.
E, sempre, continuar, saber que sempre continuarei.

De saber que não sofri o suficiente,
Que as minhas dores não me deram ainda todas as armas,
De perder o certo pelo incerto
Pelo orgulho de dizer que tentei,
De saber que não me vou arrepender.

Cansado das saudades de quando era só um sonho,
Saudades da vontade pura, da previsão.
De amar.
De quando tudo era limpo e pronto para começar,
Quando tudo podia ainda ser perfeito,
De quando sabia que sim.

Quando tudo falhou, gosto de ser dois.
Quando acabou para mim,
Que seja o do papel a perder tudo.
Que tudo acabe para ele.
Que tudo, então, recomece. Está sol.




(peço desculpa pelo tamanho LOL)

Até logo

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"Quem nasceu para lagartixa nunca chega a jacaré"

Viva o Sporting! Como disse em conversa com a minha 'madrinha' do blog, "Adorei ver o Porto a levar na santa peida!". Adorei ver os senhores lá do Norte enxovalhados no que foi com certeza um dos melhores do ano 2009, até agora. Continuem com o bom trabalho, rapazes. A jogar assim, hão-de ser todos recambiados para o Liga dos Últimos.

É certo que o Benfica também não nos proporcionou o jogo que merecia quem foi assitir (e, ainda que benfiquista incurável, tenho que reconhecer que já estamos habituados), mas foi o suficiente. É preciso poupar os jogadores? Talvez, mas quem vê basquetebol, nomeadamente NBA, sabe que os jogadores quase jogam mais do que treinam e por isso são considerados os melhores.

Gostava de saber porque espécie de superstição há-de entrar sempre uma ovelha negra (pelo menos) na equipa do Benfica, seja ela Nuno Gomes (tenham dó...), Rúben Amorim ou Binya, e ficamos por aqui porque já é tarde. Ficam jogadores como o Cardozo, Yebda, Di María no banco, para quê? Se querem aquecimento de qualidade para os reais traseiros de quem lá se senta, contratem a Beyoncé que ela aquece alguns 3 lugares de uma assentada!

Enfim, seja como for temos uma final daqui a uns dias. Benfica-Sporting. Ora, eu não quero fazer previsões, é arriscado, mas apesar dos 4-1 ao Porto, Quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré.

imortalmente fa-ladrando

Após o óbvio sucesso que foi a minha primeiríssima publicação, com exactamente 1 comentário (e obrigado, Marta, por semelhante obséquio xD), vou confiar na evolução da coisa e andar em frente.
Quanto ao nome, consiste numa simples homenagem a um dos grandes escritores da nossa história, o Senhor Eça de Queiroz, e à sua original tendência estilística para inventar advérbios de modo o mais estapafúrdios possível. E sim, muito do que é nacional é óptimo, o problema é que nos é dado a conhecer o comercial e (não raras vezes) o ridículo, de modo que em vez de lermos Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Camões, Virgílio Ferreira, Florbela Espanca e tantos outros imortais da literatura, em vez de ouvirmos Mesa, Rui Veloso, TGB, Margarida Pinto (sim), Xutos & Pontapés, GNR, em vez de vermos Coisa Ruim, Amália, Call Girl e tantos outros - aparentemente inválidos - valores do nosso país, acabamos por conhecer os livros do Mantorras e do Cristiano Ronaldo e da Carolina Salgado, ouvir as músicas do Angélico, do Tony Carreira, do Mickael Carreira, acabamos por dar percentagem de audiência a programas como os Morangos com Açúcar, o Preço Certo, às Tardes da Júlia e a tantas outras demonstrações desses que são os verdadeiros vultos da cultura portuguesa. Está certo...

Ainda acerca do nome (já me desviei do assunto), discutir é o primeiro passo para agir, para mudar qualquer coisa e tudo o que se quiser, em última instância, e ser então Imortal. É só isso que eu pretendo, como pretenderam DaVinci, Buda, Jesus Cristo, Maomé, Norma Jean, Albert Einstein, Bäch e todos aqueles que, ainda hoje, nos inspiram e que nunca morrerão. E, so help me God, eu hei-de ladrar o que me der na pevide!

Eles também foram amamentados, também choraram, também foram frágeis, também brincaram. Porque não eu? Porque não quem quer que seja?

"Quem conhece os outros é erudito
Quem conhece a si mesmo é um sábio
Quem domina os outros é poderoso
Quem domina a si mesmo é invencível."

Lao Tsé

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Saudações Benfiquistas (sim senhor!)




Ora bem, cá estamos. Hoje, 3 de Fevereiro de 2009 inaugura-se este blog, em que não almejo mais do que dizer o que penso, mandar as minhas patachadas, revoltar(-me) e insurgir(-me) contra o sistema e toda a forma de opressão da liberdade de expressão (e, entenda-se, não a expressão desenfreada) do ser humano e derivados (ah pois é).
Todos os pontos de vista são aceites e, com toda certeza, muito bem-vindos. Ajudem-me lá que eu sou tenrinho nestas andanças e se há coisa de que gosto é de uma boa discussão.
Considerem-me apresentado. Até logo,
Miguel de Miguel